GASTRITE, ÚLCERA PÉPTICA, HÉRNIAS ABDOMINAIS, COLELITÍASE, COLECISTITE, COLECISTECTOMIA, APENDICITE E HEMORROIDAS. - Aula dia 27/05/2021


 Introdução: 

Olá, seja bem-vindo a mais uma postagem da Anatomia Simplificada, hoje neste post, você vai conhecer mais sobre o que é importante saber a respeito da principal doença que atinge o estômago: A Gastrite. De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), aproximadamente 70% da população brasileira pode ter sintomas ligados ao mau funcionamento do sistema digestivo. Além da gastrite, você também vai saber informações a respeito da Úlcera péptica, no qual é uma úlcera de forma redonda ou oval na qual o revestimento do estômago ou duodeno foi corroído pelo ácido gástrico e sucos digestivos; também vamos falar das Hérnias abdominais, estas que são o escape (protusão) parcial ou total de um ou mais órgãos por um orifício que se abre, por má formação ou por enfraquecimento nas camadas de tecido protetoras dos órgãos internos do abdômen; também vamos falar a respeito da Colelitíase, no qual é também conhecida como pedra na vesícula, é uma situação em que há formação de pequenas pedras no interior da vesícula devido ao acúmulo de bilirrubina ou de colesterol no local; vamos abordar a Colecistite, esta consiste em uma inflamação da vesícula biliar, geralmente decorrente da obstrução do duto cístico provocada por um cálculo; vamos conhecer também a Colecistectomia, este é um procedimento cirúrgico que consiste na retirada da vesícula biliar, que é o órgão localizado próximo ao fígado; você vai saber informações também da Apendicite, este é a inflamação do apêndice, um pequeno órgão parecido com o dedo de uma luva, localizado na primeira porção do intestino grosso; e por último não menos importante, vamos falar das Hemorroidas, no qual são veias dilatadas e inflamadas no ânus e reto, que podem causar dor, coceira e sangramento anal.


 Gastrite  


 Definição:  

A gastrite é nada mais, nada menos que a inflamação da mucosa do estômago. Assim desse modo, essa inflamação desenvolve-se como uma resposta do organismo quando ocorre uma agressão à sua integridade. Vale salientar também que essa resposta pode ir além da normalidade e levar ao desenvolvimento de sinais e sintomas característicos dessa doença. Em paralelo a isso, a agressão que desencadeia o processo pode ser aguda ou crônica e, de acordo com seus tipos, podemos classificar as diversas formas de gastrite.

Como mencionado anteriormente, temos alguns tipos de gastrites, sendo elas:

 - Gastrite aguda: 

A gastrite aguda, geralmente ocorre de forma súbita e acentuada no revestimento do estômago, em casos no qual são facilmente associados a algum agente causador como medicamentos, infecções e estresse psíquico. Desta maneira, alimentação também pode influenciar muito nesse caso, pois quando há contaminação em casos mais extremos, podem também ser associadas a uma dieta rica em refeições, sendo muito gordurosas condimentadas ou industrializadas.

Imagem fornecida por David M. Martin, MD.

 - Gastrite crônica: 

Na gastrite crônica, a preocupação deve ser maior, por estar se tratando de um processo inflamatório contínuo. Sendo assim, os sintomas são prolongados e se não for tratada o mais rápido possível, a gastrite crônica pode durar anos ou a vida toda. A maioria dos casos é consequência de infeção por uma bactéria chamada Helicobacter pylori (H. pylori).

Imagem fornecida por David M. Martin, MD.

 - Gastrite nervosa: 

A gastrite nervosa é a chamada Dispepsia Funcional. Dessa forma, ela pode provocar sintomas semelhantes aos da gastrite, assim sem que haja o menor sinal de alteração patológica na mucosa estomacal. Entretanto, diferente dos outros tipos de gastrite, a gastrite nervosa é abordada primeiramente a partir de uma perspectiva psicológica. Por conseguinte, ela é desencadeada por algum estresse emocional afetando a movimentação da região do estômago. Portanto, ansiedade e frustração também causam a gastrite nervosa se não forem devidamente tratados.

Imagem fornecida por David M. Martin, MD.

 Causas: 

A gastrite pode ter diferentes causas. Desse modo, entre elas, é importante salientar as seguintes informações:

  • Uso prolongado do ácido acetilsalicílico e de anti-inflamatórios;
  • Consumo de bebidas alcoólicas;
  • Gastrite autoimune: a doença ocorre quando o sistema imune produz anticorpos que agridem e destroem as células gástricas do próprio organismo;
  • Tabagismo;
  • Infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori).

 

 Sinais e sintomas: 

A gastrite pode ser completamente assintomática, principalmente nos casos crônicos. Na fase aguda, os sintomas aparecem com mais facilidade. Os sintomas mais frequentes são:

  • Desconforto na região superior do abdômen: pode ser representado por dor ou apenas um desconforto;
  • Alguns pacientes podem relatar queimação;
  • Náuseas e vômitos, geralmente acompanhando o desconforto;
  • Saciedade precoce, ou seja, sensação de empanzinamento logo após a alimentação. Esse sintoma pode levar à redução e perda de apetite;
  • Se a gastrite levar à formação de úlceras gástricas hemorrágicas, desse modo pode haver eliminação de sangue digerido, nas fezes (que ficam escuras) ou nos vômitos.

 

 Diagnóstico: 

O diagnóstico é feito através de um exame endoscópico, que é chamado de endoscopia digestiva alta (EDA). Por meio desse exame, o médico consegue visualizar a mucosa do esôfago, do estômago e do duodeno. Ademais, o médico também consegue coletar partes do tecido, para realizar o exame microscópico. Dessa forma temos alguns pontos importantes para destacar que são contribuintes:

  • Histórico clínico;
  • Endoscopia alta;
  • Radiografia intestinal contrastada;
  • Teste de secreção gástrica;
  • Biopsia, caso necessário;
  • Biopsia, caso necessário.

 

 Tratamento: 

A gastrite tem cura, mas ela pode voltar em qualquer momento, por isso é importante que um indivíduo com gastrite esteja sempre atento a seus hábitos e fazendo acompanhamento com um Gastroenterologista. Os possíveis tratamentos para a gastrite são:

  • Medicamentos sob orientação médica que diminuam a quantidade de ácido no estômago e permitam que a mucosa se recupere;
  • Mudanças na alimentação, dieta leve e saudável;
  • Possuir um hábito alimentar que seja mais regular, com horários e intervalos para fazer as refeições.

 Cuidados de Enfermagem: 

  • Orientar quanto à restrição de alimentos irritantes da mucosa gástrica;
  • Observar desconforto gástrico e epigastralgias e assim, realizar a anotação e notificar enfermeiro;
  • Observar a característica das fezes, anotar e notificar enfermeiro sobre intercorrências;
  • Observar presença de náuseas e vômitos, anotar número de episódios, aspecto e notificar enfermeiro;
  • Estimular ingestão hídrica, anotar aceitação e notificar enfermeiro se houver recusa;
  • Colher exames para dosagem sérica de eletrólitos;
  • Administrar antiácidos e protetores de mucosa, conforme Prescrição Médica (PM).

 Úlcera péptica  


 Definição:  

A úlcera péptica consiste em uma lesão na camada mucosa do esôfago, do estômago ou do duodeno, no qual a parte inicial do intestino, decorrente de falhas no sistema de proteção desse revestimento. Por conseguinte, em uma situação normal, o aparelho digestório produz muco e substâncias neutralizantes para não ser agredido pelo suco gástrico liberado para digestão dos alimentos, composto principalmente de ácido clorídrico e pepsina. Entretanto, a presença continuada de alguns agressores desequilibra esse mecanismo, de um lado aumentando a produção do suco digestivo e, de outro, reduzindo a espessura da parede da mucosa, sendo pela ausência da camada de muco, facilitando a penetração dos ácidos que, em última instância, causam a lesão.

Fotografia fornecida pelo Dr. David M. Martin.

 Causas: 

A úlcera péptica se forma quando o estômago fica vulnerável à sua própria acidez, ao ter suas defesas enfraquecidas, podendo acontecer principalmente devido a:
  • Fator genético;
  • Uso de medicamentos que afetam as defesas da parede do estômago, como anti-inflamatórios ou AAS, por exemplo;
  • Infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que se multiplica no estômago e enfraquece a sua barreira protetora;
  • Consumo de bebidas alcoólicas e uso de cigarro, que têm efeito irritativo;
  • Estresse, situação que afeta as defesas da mucosa do estômago e favorece o surgimento de sintomas.

 Sinais e sintomas: 

Os sinais e sintomas por vezes, pioram após a alimentação, mesmo quando a pessoa faz uso de medicamentos que controlam a digestão. Os principais sintomas da úlcera péptica são:

  • Dor abdominal forte, em forma de pontada, que piora ao comer ou ao beber;
  • Dor em forma de queimação na "boca do estômago";
  • Enjoo;
  • Vômito;
  • Perda do apetite;
  • Distensão abdominal;
  • Sangramentos na parede do estômago, o que pode causar saída de sangue nas fezes, visível ou identificado no exame de pesquisa de sangue nas fezes.

 Diagnóstico: 

O diagnóstico da úlcera péptica é feito pelo gastroenterologista ou clínico geral a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pelo indivíduo, além de ser recomendada a realização de uma endoscopia digestiva alta para identificar a causa e verificar a extensão e gravidade da úlcera.


 Tratamento: 

O tratamento se baseia no uso de antiácidos para neutralizar o excesso de ácido existente ou de medicamentos que inibam sua produção. Se a presença do Helicobacter ficar demonstrada pelos exames diagnósticos, será necessária também a utilização de uma combinação de antibióticos para eliminar esse agente infeccioso.


 Cuidados de Enfermagem: 

  • Observar queixas álgicas, anotar e notificar enfermeiro se dor for maior que 5 em EVA;
  • Administrar analgésicos conforme Prescrição Médica (PM);
  • Orientar para evitar o uso de aspirinas;
  • Estimular alimentação espaçada, a cada 2 ou 3 horas, conforme Prescrição Médica (PM);
  • Observar a presença de náuseas e vômitos, anotando e notificando enfermeiro;
  • Observar presença de hematêmese (sangue no vômito), anotar e notificar enfermeiro sobre volume e aspecto;
  • Observar aspecto e volume das fezes, anotar e notificar enfermeiro sobre alterações;
  • Observar alterações na frequência respiratória, cardíaca, pressão arterial e temperatura, anotar e notificar enfermeiro se alterações;
  • Observar débito urinário;
  • Realizar passagem de um cateter nasogástrico, conforme Prescrição Médica (PM), no caso de aberto, deixar frasco coletor abaixo do nível estômago, anotar débito, aspecto ao final de cada plantão, notificando enfermeiro sobre intercorrências.


 Hérnias abdominais  


 Definição:  

A hérnia abdominal é o escape (protusão) parcial ou total de um ou mais órgãos por um orifício que se abre, por má formação ou por enfraquecimento nas camadas de tecido protetoras dos órgãos internos do abdômen. Os tipos mais comuns de hérnias que ocorrem na região são a Inguinal, Crural, Epigástrica, Umbilical e Incisional.


 Causas: 

A hérnia acontece quando há algum enfraquecimento do tecido da barriga, que pode ser genético, ou que pode surgir após um aumento da pressão dentro da barriga, como acontece em atividades que exigem muito esforço físico, devido à obesidade ou à gravidez, por exemplo.

Os tipos de hérnias abdominais existentes são:

  •  Hérnia epigástrica 

A hérnia epigástrica ocorre na linha média do abdômen, um pouco acima do umbigo. Ela acontece no local de passagem de vasos sanguíneos que geram fraqueza na parede. Geralmente os sintomas são dor e aumento de volume na região, que pode ser confundido facilmente com lipomas.


  •  Hérnia umbilical 
A hérnia umbilical é uma fraqueza da parede abdominal na região umbilical, podendo estar presente desde o nascimento ou se desenvolver ao longo da vida. São geralmente espontâneas e, em cerca de 90% dos casos, é um defeito adquirido que resulta diretamente de um aumento na pressão intra-abdominal.


  •  Hérnia incisional 

A hérnia incisional é um tipo de hérnia que acontece no local da cicatriz de uma cirurgia no abdome. Isso acontece por causa de uma tensão excessiva e uma cicatrização inadequada na parede abdominal. O problema vem de uma tensão excessiva e uma cicatrização inadequada na parede abdominal.


  •  Hérnia inguinal 

A hérnia inguinal é uma protuberância que surge na região da virilha, mais frequente em homens, que geralmente se deve a uma parte do intestino que sai através de um ponto fraco dos músculos abdominais.



  •  Hérnia spiegel 

Considerada um tipo raro de hérnia, a chamada hérnia de spiegel é caracterizada pela saída/protrusão de gordura ou de órgãos através de um defeito em uma região específica da parede abdominal.


  •  Hérnia femoral 

A hérnia femoral é uma protuberância que aparece na coxa, próximo a virilha, devido ao deslocamento de parte da gordura do abdômen e intestino para a região da virilha. Essa hérnia aparece no canal femoral, que fica localizado um pouco abaixo da virilha, em que estão presentes a artéria e veia femoral e alguns nervos. É mais comum em mulheres.


 Sinais e sintomas: 

  • Inchaço ou caroço na região;
  • Dor forte no local da hérnia ou no abdômen  (pioram com esforço físico, ficar muito tempo em pé ou quando a parede do abdômen é contraída);
  • Inchaço e vermelhidão no local da hérnia;
  • Náuseas;
  • Êmese

 Diagnóstico: 
  • Exame físico para avaliação;
  • Ultrassonografia do abdômen;
  • Exames complementares: ecografia abdominal e de parede; tomografia computadorizada.

 Tratamento: 

O tratamento se baseia na cirurgia herniorrafia, no qual esta é uma operação, principalmente para a cura da hérnia abdominal, que consiste na recolocação do conteúdo do saco herniário no seu lugar normal e fechamento da abertura com fortes suturas.

 Cuidados de Enfermagem: 

Pré-operatório:
  • Orientar o paciente a evitar de carregar objetos pesados, pois pode forçar a parede abdominal, causando dor e até estrangulamento da hérnia;
  • Verificar sinais vitais;
  • Colher materiais para exame conforme Prescrição Médica (PM);
  • Manter o paciente em jejum, conforme rotina;
  • Orientar o paciente para esvaziar a bexiga cerca de 30 minutos antes da cirurgia;
  • Explicar os fundamentos da respiração profunda e ensinar o paciente como virar-se para tossir, respirar e mobilizar a incisão;
  • Se a hérnia é estrangulada, prevalecem as condições de emergência;
  • Se a cirurgia é eletiva, em geral o paciente está em boas condições físicas;
  • Fazer tricotomia;
  • Esclarecer dúvidas do paciente;
  • Observar qualquer infecção do trato respiratório superior.
Pós-operatório:
  • Receber e transferir o paciente da maca para o leito com cuidado, observando sonda, soros e etc;
  • Posicionar o paciente no leito conforme o tipo de anestesia;
  • Verificar sinais vitais;
  • Observar o estado de consciência;
  • Controlar diurese;
  • Observar e relatar complicações como cianose, dispneia, agitação, náuseas, vômitos, constipação, edemas e complicações na ferida;
  • Incentivar a deambulação precoce;
  • Observar possível presença de retenção urinária.


 Colelitíase 

 Definição:  

A colelitiase, também conhecida como pedra na vesículaé a presença de pedras (cálculo) no interior da vesícula biliar devido ao acúmulo de bilirrubina ou de colesterol no local, (um pequeno órgão com a forma de um saco e localizada próximo ao fígado, medindo de 7cm a 10 cm de comprimento). A vesícula armazena a bile, que é produzido pelo fígado



 Causas: 

A colelitíase pode acontecer como consequência de algumas situações, sendo as principais:
  • Excesso de colesterol: o colesterol na bile não consegue ser eliminado e acaba se acumulando e formando pedras na vesícula;
  • Muita bilirrubina: acontece quando há problemas no fígado ou no sangue, levando à produção elevada de bilirrubina;
  • Bile muito concentrada: acontece quando a vesícula biliar não consegue eliminar seu conteúdo corretamente, o que torna a bile muito concentrada e favorece a formação de pedras na vesícula.

 Sinais e sintomas: 

O sintoma inicial é a cólica biliar, que caracteriza-se por uma dor aguda e contínua, localizada na topografia de vesícula biliar ou acima do umbigo, podendo apresentar irradiação para a escápula direita. Muitas vezes, esta dor ocorre após as refeições de alimentos gordurosos.

Para aqueles que apresentam sintomas, geralmente observam-se:
Intolerância quando ingerem alimentos gordurosos;
• Dor na parte superior e central do abdômen ou no quadrante superior direito;
• Mal-estar;
• Náuseas;
• Vômitos (acompanhados de dor abdominal).

 Diagnóstico: 

A ultrassonografia abdominal é o exame de escolha para a detecção de cálculos de vesícula, com sensibilidade e especificidade de 95%. O barro biliar também pode ser detectado. A tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM) e a colecistografia oral (pouco disponível atualmente, apesar de sua grande precisão) são as alternativas.

 Complicações: 

  • Cólica biliar: quando uma das pedras fica presa na saída da vesícula impedindo o fluxo de bile, levando a uma distensão importante e a um esforço para expelir a pedra. O resultado é uma dor semelhante à cólica.
  • Colecistite aguda: quando a pedra fica presa logo na saída da vesícula por um período prolongado, é uma inflamação aguda da vesícula biliar com dor intensa e constante, geralmente acompanhada de febre.
  • Coledocolitíase: é o resultado da migração de uma pedra da vesícula biliar para o colédoco, que é o principal canal responsável por levar a bile do fígado até o intestino, obstruindo-o. Nestes casos o paciente fica ictérico (pele e parte branca dos olhos ficam amareladas), pois a bile fica impedida de chegar ao intestino, acumulando-se no fígado e no sangue.
  • Colangite: é a infecção dos canais biliares por bactérias após a obstrução, já que a bile parada favorece a proliferação de bactérias.
  • Pancreatite biliar: é a inflamação do pâncreas. O canal que leva a bile da vesícula para o intestino passa dentro do pâncreas e se junta com o canal principal que drena o suco pancreático. Quando o cálculo obstrui esses ductos, o suco pancreático fica retido e acaba agredindo o próprio pâncreas.

 Fatores de risco: 

Os principais fatores de risco são:
  • Anemia hemolítica crônica;
  • Emagrecimento acentuado: aumenta a perda de colesterol na bile;
  • Gravidez;
  • Idade avançada, acima de 60 anos;
  • Mulheres em idade fértil, principalmente por volta dos 40 anos;
  • Mulheres que tiveram múltiplas gestações;
  • Obesidade;
  • Pacientes submetidos a cirurgias gástricas;
  • Sedentarismo;
  • Uso de contraceptivos orais;
  • Úlceras duodenais;
  • Uso de dieta parenteral.

 Tratamento: 

Cálculos assintomáticos (“silenciosos”) não requerem tratamento habitualmente. Para indivíduos com doença sintomática, há dois métodos cirúrgicos para remoção da vesícula e seus cálculos, sob anestesia geral:
  • Colecistectomia aberta: é o tratamento cirúrgico clássico. Este procedimento requer uma incisão no abdome. O paciente permanece no hospital por cinco a sete dias em recuperação.
  • Colecistectomia videolaparoscópica: é o tratamento cirúrgico atual, em que a vesícula é removida através de uma pequena incisão abdominal usando um tubo com iluminação. O cirurgião vê o procedimento inteiro através de um monitor de televisão. Como não há cortes grandes através da musculatura da parede abdominal, o período de recuperação é consideravelmente menor.

 Cuidados de Enfermagem: 

Pré-operatório na colecistectomia:
  • Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado;
  • Realizar punção de acesso venoso para hidratação do paciente quando houver vômito e náuseas e para administração de antibióticos, analgésicos e antieméticos conforme orientação em prescrição médica;
  • Jejum absoluto de 12 horas ou de acordo com a prescrição médica;
  • Orientar o paciente a urinar antes de levá-lo para cirurgia;
  • Registrar em anotação de enfermagem toda e qualquer intercorrência com o paciente.
Pós-operatório na colecistectomia:
  • Sinais vitais, nível de consciência, nível da dor e estado respiratório;
  • Avaliar aspecto da ferida;
  • Avaliar ingesta e débito urinário (balanço hídrico);
  • Avaliar volume e características de eliminações;
  • Estimular o paciente a deambular, para prevenção de tromboembolia, para facilitar a micção e estimular o peristaltismo;
  • Orientar ao paciente quanto a sentir desconforto abdominal ou sinais de complicações, para que avise a enfermagem;
  • Informar ao paciente quanto aos possíveis sinais de infecção;
  • Avaliar infecção incisional, hemorragia e lesão do canal biliar (dor persistente, febre, distensão abdominal, náusea, anorexia e icterícia);
  • Troca de curativos diários com técnica asséptica;
  • Administração de medicamentos conforme prescrição médica;
  • Orientar quanto as reações e reações adversas dos medicamentos administrados;
  • Registrar em anotação de enfermagem todos os procedimentos mencionados a cima.

 Colecistite 


 Definição:  

A colecistite é a inflamação da vesícula biliar, uma pequena bolsa que fica em contato com o fígado, e que armazena a bile, um fluido muito importante para a digestão de gorduras. Esta inflamação pode ser aguda, sendo chamada de colecistite aguda, com sintomas intensos e de rápida piora, ou crônica, com sintomas mais leves e que se arrastam por semanas a meses.


  • Colecistite aguda:
É a inflamação aguda da vesícula biliar que se desenvolve em horas, geralmente como resultado da obstrução do ducto cístico por um cálculo. Os sintomas incluem dor em hipocôndrio direito do abdome, algumas vezes acompanhada de febre, calafrios, náuseas e vômitos.
  • Colecistite crônica:
A colecistite crônica é a inflamação da vesícula biliar por longos períodos, quase sempre causada por litíase vesicular. Neste sentido, a colecistite crônica quase sempre resulta de cálculos biliares e episódios anteriores de colecistite aguda (mesmo que leve).


 Causas: 

Na maioria dos casos a colecistite é provocada por cálculos na vesícula, que causam a obstrução do fluxo da bile num canal chamado ducto cístico, que permite a saída de bile da vesícula.

 Sinais e sintomas: 
  • Cólica biliar (dores intensas na região epigástrica e no hipocôndrio direito);
  • Êmese
  • Náuseas
  • Febre
  • Anorexia
  • Calafrios
  • Perda de força
  • Toxemia

 Diagnóstico: 
  • Sinais clínicos
  • Exames laboratoriais
  • Ultrassonografia
  • Colecistocintilografia
  • Tomografia compitadorizada
  • Colangioressonância magnética

 Tratamento: 
  • Diagnosticada a colecistite, é necessário internação hospitalar para a remoção da vesícula biliar;
  • Antes da cirurgiaPM de antibioticoterapia e de analgésicos serão também administrados;
  • Cirurgia  colecistectomia, no qual consiste na retirada do órgão (vesícula biliar). 


 Colecistectomia 

 Definição:  

A colecistectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na retirada da vesícula biliar, que é o órgão localizado próximo ao fígado. A função da vesícula é ajudar na digestão de gorduras. Além disso, também é onde se concentra a bile, líquido gerado pelo fígado que é despejado no intestino, próximo ao duodeno.



 Cuidados de Enfermagem: 

Pré-operatório:
  • Realizar o controle rigoroso dos sinais vitais (SSVV), inclusive na presença de dores, atentar-se para os parâmetros de normalidades, anotar e notificar enfermeiro sobre qualquer tipo de alterações;
  • Realizar tricotomia abdominal no mínimo 2 horas antes do procedimento cirúrgico;
  • Encaminhar o paciente para banho de aspersão após tricotomia, com clorexidina degermante;
  • Orientar pacientar para manter o jejum de no mínimo, 8 horas ou conforme Prescrição Médica (PM);
  • Estimular o paciente e assim, ensina-lo sobre a respiração profunda e a tossir no pós-operatório;
  • Encaminhar o paciente para o centro cirúrgico;
Pós-operatório:
  • Realizar o controle rigoroso dos sinais vitais (SSVV), inclusive a dor, atentar-se para os parâmetros da normalidade, anotar e notificar enfermeiro sobre qualquer tipo de alterações;
  • Observar a presença de sangramento na ferida operatória (FO), caso ocorra, anotar e notificar enfermeiro sobre o ocorrido;
  • Observar o desconforto respiratório do paciente, anotar e notificar enfermeiro se ocorrer;
  • Observar o débito urinário, anotar e notificar o enfermeiro se estiver diminuído;
  • Administrar analgésicos conforme a Prescrição Médica (PM)
  • Manter decúbito elevado
  • Estimular a respiração profunda do paciente, anotar e notificar enfermeiro sobre intercorrências;
  • Estimular a deambulação precoce  do paciente caso não haja contraindicação;


 Apendicite 


 Definição:  

A apendicite é a inflamação de uma parte do intestino conhecida como apêndice, que se localiza na parte inferior direita do abdômen. Normalmente, a inflamação do apêndice acontece devido ao acúmulo de fezes e bactérias no interior do apêndice e, por isso, pode surgir em qualquer momento da vida. No entanto, as causas específicas ainda não são totalmente conhecidas.



 Causas: 

Na maioria das situações de apendicite não é possível identificar a causa específica da inflamação do apêndice, no entanto, a obstrução desse local do intestino parece ser a causa mais frequente. Quando isso acontece, pode ocorrer o acúmulo de fezes e bactérias no seu interior, que acabam provocando uma infecção e a inflamação.

 Sinais e sintomas: 

Os principais sintomas de apendicite são:
  • Dor ou desconforto abdominal que se manifesta do lado direito e na parte baixa do abdômen, na altura do umbigo;
  • Colapso do aparelho digestivo, porque o intestino para de funcionar;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Febre 
  • Mal estar geral;
  • Barriga inchada ou excesso de gases;
  • Muita dor ao encostar na barriga.

 Diagnóstico: 

  • O diagnóstico é clínico, sendo assim realizado com base no histórico do paciente e na palpação, procurando identificar a localização da dor do abdômen;
  • Hemograma;
  • Ultrassonografia abdominal;
  • Tomografia de abdômen. 

 Tratamento: 

O tratamento deve ser iniciado o quanto antes e sempre é necessária a remoção cirúrgica do apêndice, chamada de apendicectomia.


 Cuidados de Enfermagem: 

Pré-operatório da apendicectomia:
  • Estar informando o paciente sobre o procedimento cirúrgico que será realizado, e possível necessidade de utilização da sonda gástrica e drenos de incisão;
  • Manter o paciente em posição Fowler, afim de diminuir a dor.
Pós-operatório da apendicectomia:
  • Monitorar os sinais vitais (SSVV) nas 6 primeiras horas;
  • Anotar a ingesta e perda durante 02 dias após cirurgia;
  • Ausculte o abdome;
  • Examine regularmente o curativo;
  • Em casos de dreno no abdome; verificar e anotar o volume e suas características
  • Estimular deambulação dentro das 12 horas após cirurgia;

  Hemorroidas  


 Definição:  

As hemorroidas são veias dilatadas e inflamadas no ânus e reto, que podem causar dor, coceira e sangramento anal. Desse modo, a doença hemorroidária pode ser interna, quando ela fica escondida dentro do reto, ou externa, quando ela é facilmente identificada ao redor do ânus. A passagem das fezes por essas veias dilatadas pode causar ferimentos, que se manifestam com sintomas como dor para evacuar, coceira anal e sangramento nas fezes.



 Classificação:  

A doença hemorroidária pode ser dividida em:
  • Hemorroidas internas: quando ocorrem no reto;
  • Hemorroidas externas: quando ocorrem no ânus ou no final do canal anal.

As hemorroidas internas são ainda classificadas em quatro graus:
  • Grau I: não prolapsam através do ânus.
  • Grau II: prolapsam através do ânus durante a evacuação ou durante esforço, mas o retornam à posição original espontaneamente.
  • Grau III: prolapsam através do ânus e só retornam para dentro com ajuda manual.
  • Grau IV: estão prolapsadas através do ânus e o retorno não é possível nem com ajuda manual.
 Sinais e sintomas: 

As hemorroidas podem ser sintomáticas ou não. No entanto existem sinais:
  • Pequena quantidade de sangue vivo que fica ao redor das fezes;
  • Dor ao evacuar;
  • Dor ao sentar;
  • Comichão anal;
  • As hemorroidas externas são sempre visíveis e palpáveis.

 Diagnóstico: 

Nas hemorroidas externas, o exame físico é suficiente para o diagnóstico. Nas internas é preciso realizar o toque retal e, caso ainda haja dúvida, a anuscopia (uma mini endoscopia onde se visualiza o reto por vídeo).

 Fatores de risco: 
  • Constipação intestinal (prisão de ventre);
  • Esforço para evacuar;
  • Obesidade;
  • Diarreia crônica;
  • Prender as fezes com frequência, evitando defecar sempre que há vontade;
  • Dieta pobre em fibras;
  • Gravidez;
  • Sexo anal;
  • História familiar de hemorroidas;
  • Tabagismo;
  • Cirrose hepática e hipertensão portal;
  • Ficar longos períodos sentados no vaso sanitário (há quem ache que o próprio design dos vasos sanitários propicia o surgimento da doença hemorroidária).

 Tratamento: 

O tratamento da doença hemorroidária pode ser dividido entre tratamento conservador, que é feito à base de pomadas, remédios, dieta e banhos de assento, ou tratamento cirúrgico, que pode ser feito no próprio consultório ou em centro cirúrgico apropriado. Na maioria dos casos de hemorroidas externas e de hemorroidas internas grau 1 ou 2, o tratamento é feito inicialmente de forma conservadora, sem a necessidade de cirurgia.

 Cuidados de Enfermagem: 

  • Orientar para não ingestão de alimentos irritantes;
  • Observar e anotar sangramento; notificar enfermeiro se for abundante;
  • Observar aspectos das eliminações intestinais, anotar volume, consistência e presença de sangue; notificar enfermeiro sobre alterações;
  • Evitar esforço para evacuação por meio da ingestão de uma dieta rica em fibras e consumo de 2 litros de água filtrada/dia;
  • Realizar controle rigoroso dos sinais vitais (SSVV), inclusive dor; atentar para os parâmetros da normalidade; anotar e notificar enfermeiro sobre alterações;
  • Observar queixas álgicas, anotar e notificar enfermeiro se a dor for maior que 5 em EVA.

Eai? Conseguiu aprender tudo? A Gastrite, Úlcera péptiza, Hérnias abdominais, Colelitíase, Colecistite, Colecistectomia, Apendicite e Hemorroidas, é muita informação né? E que tal ter todas essas informações resumidas em excelentes mapas mentais para fins acadêmicos? Aqui resolvemos o seu problema ;)


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Comentários

  1. Muito bom.
    Senti falta das complicações: colangite, peritonite

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